domingo, 16 de maio de 2010

GREVE DOS RODOVIÁRIOS TAMBÉM NAS EMPRESAS INTERMUNICIPAIS




Os rodoviários aprovaram no final da tarde da última sexta-feira, dia 14, uma greve por tempo indeterminado nas empresas do transporte intermunicipal. A greve poderá começar a qualquer momento a partir desta segunda-feira, dia 17, uma vez que o sindicato aguardará somente o transcurso das 72 horas de antecedência da decisão deflagrada na Assembléia Geral Extraordinária, como determina a lei.

A categoria iniciou a negociação do Acordo Coletivo há mais de 40 dias. Entretanto, os empresários das empresas Rota e Águia Branca apresentaram um contraproposta irrisória de 2,5% de reajuste salarial, o que não cobre sequer o índice da inflação anual.

A pedida do Sindirod é de uma recomposição salarial de 30%, além de aumento nos tíckets, redução na jornada de trabalho para 40 horas semanais e participação nos lucros, ampliação da licença maternidade, extensão do passe livre de 150 para 250 quilômetros, além de direitos sociais.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Itabuna, Valença, Camacã, Camamu e Itapetinga(Sindirod), disse que as empresas estão faturando cada vez mais alto, mas querem pagar um salário de fome para o trabalhador. "Quando assumimos o sindicato, o trabalhador era obrigado a pagar a própria farda de serviço e as empresas não queriam pagar sequer a alimentação dos motoristas, cobradores e fiscais quando estes cumpriam jornada em outros municípios", frisou Joselito Paulo dos Santos(Pé de Rato). Ele lembrou ainda que o grupo Àguia Branca tem anunciado investimento de 9 milhões de reais em segurança e tecnologia GPS e que no ano passado a empresa Rota foi acusada de derramar malas de dinheiro para conseguir novas linhas do transporte coletivo intermunicipal, além de ter conseguido reajustar o preço da passagem.

Os motoristas cumprem uma jornada de trabalho que na maioria das vezes ultrapassa as 8 horas diárias. São expostos diariamente ao estresse, em rodovias perigosas, esburadas e à ação de bandidos. O trabalho envolve a grande responsabilidade de transportar vidas humanas.

Além disso, por conta do trabalho sentado em longas horas, sem nenhuma ação de incentivo aos cuidados com a saúde do trabalhador, tem crescido a cada dia o número de motoristas de ônibus vítimas de problemas na coluna cervical e lombar que dão entrada no auxilio doença no INSS e que quando mesmo doentes recebem alta crimosa da autarquia são rejeitados pelas empresas.

" O sindirod só está querendo o mínimo necessário para o resgate da dignidade dos trabalhadores, mas as empresas estão sendo intransigentes, por isso, o trabalhador se viu obrigado a deflagar a greve", finalizou Joselito Paulo dos Santos.

maio/2010
maiores informações: 3613.0477


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