sábado, 12 de setembro de 2009

POLICIA PRENDE SUSPEITOS DE INCENDIAR ONIBUS EM SALVADOR




Dez suspeitos são mortos e 19 presos desde início dos ataques, informa SSP

A TARDE On Line*



Dez homens foram mortos e outros 19 estão presos desde que teve início, na segunda-feira, 7, a série de ataques contra módulos policiais e ônibus em Salvador, segundo balanço da Secretaria de Segurança Pública. Os números foram divulgados nesta manhã e representam uma parcial das operações policiais nos quatro primeiros dias de ofensiva contra os atos criminosos que deixaram cinco policiais feridos e três viaturas danificadas.


Até agora, foram 9 módulos atacados e 13 coletivos incendiados, contando com o ônibus incendiado na manhã desta sexta-feira, no final de linha de Águas Claras. Outras duas tentativas de ataques foram contidas e 17 armas foram apreendidas.


A assessoria da SSP revelou ainda que uma tentativa de ataque a ônibus havia sido registrada no IAPI, no domingo, 6. Os acusados estão presos e com eles foram apreendidos dois veículos, 10 candeeiros e dois galões de gasolina.


Ônibus queimado - Um ônibus da empresa Central foi incendiado no final de linha de Águas Claras por volta das 6h30 desta sexta-feira, 11. As chamas atingiram a rede elétrica do bairro e diversas ruas ficaram sem energia. Este é o terceiro veículo da empresa destruído.


Sem se identificar, o motorista contou que tinha acabado de estacionar, descendo para ir ao banheiro quando três homens chegaram em um carro Pólo. Dois deles saíram do veículo, subiram no ônibus e jogaram gasolina. O cobrador recebeu ordens de abandonar o local e, em seguida, atearam fogo. As chamas se espalharam de forma rápida. Não havia passageiros, mas quatro pessoas aguardavam pelo início da viagem no ponto.


"Se continuar nesse clima, não tem condições de trabalhar. O governador precisa tomar uma atitude. Alguma coisa tem que ser feita. Tenho mulher e dois filhos e estou com medo de sair de casa. Minhas pernas estão tremendo", disse o motorista.


O Corpo de Bombeiros foi chamado para apagar o fogo. De acordo com o surpevisor da Central, Agenor Borges, a empresa ainda não sabe o que fazer diante do prejuízo de três coletivos perdidos e que não estavam no seguro. A estimativa do Sindicato das Empresas de Ônibus (Setps) é que cada ônibus custe cerca de R$ 250 mil.


No caso da Central, afirma o supervisor, os veículos seriam novos e teriam sido fabricados nos anos de 2000, 2008 e 2009. Borges lamentou ainda que esse tenha sido o segundo ônibus atacado na mesma linha Águas Claras – Campo Grande. O primeiro foi na última terça-feira, próximo do posto de gasolina Caramuru.


Medo – Um policial civil que estava em Águas Claras na manhã desta sexta-feira contou que, desde a noite da última quinta, o clima está tenso nas delegacias. Três homens foram presos sob acusação de estarem planejando uma invasão na 2ª Delegacia (Lapinha). Sem se identificar, o policial disse que os agentes de plantão têm permanecido armados durante toda a noite depois de denúncias anônimas apontarem para um possível ataque à Delegacia de Furtos e Roubos.


Com os homens presos, foram encontrados um revólver calibre 38, uma pistola 380 e grande quantidade de drogas. Eles também são suspeitos de participarem do ato criminoso contra o módulo policial do Largo do Tamarineiro, no Pau Miúdo, na noite de quarta-feira.


Ataques – Já na quinta-feira, por volta das 22h, outro ataque aconteceu no fim de linha de Pero Vaz com o incêndio de um micro-ônibus da empresa Rio Vermelho. Segundo testemunhas, dois homens armados, sendo um deles menor de idade, chegaram a pé e aproveitaram o momento em que o motorista parou na Rua Doutor Eduardo Santos para mandar que ele e os dois passageiros que viajavam no coletivo descessem.


Os homens derramaram produto inflamável e atearam fogo no coletivo, que fazia a linha Pero Vaz-Lapa. Ninguém ficou ferido, mas algumas casas próximas ao local tiveram pequenos estragos, como disjuntor queimado e paredes danificadas. Os bandidos conseguiram fugir.


Nesta quinta-feira, 10, o governador Jaques Wagner (PT-BA) declarou à imprensa que o contingente de policiais em Salvador será aumentado com o remanejamento de homens do interior do estado. “Essa guerra é sem trégua, sem fronteira e prolongada. Se houver conflito aberto, eu vou torcer que tombe alguém do mundo do crime”, declarou.


A iniciativa da Secretaria de Segurança Pública, ao transferir, nesta quinta, 14 homens ligados à facção criminosa de Cláudio Campanha para a penitenciária federal de segurança máxima de Catanduva (PR) parece não ter surtido o efeito de interromper a onda de violência. Em nota oficial, a SSP informou que os criminosos são apontados como responsáveis pela série de atentados.


Represália – A ação dos bandidos – iniciada, segundo o governo do estado, em represália à transferência do traficante Cláudio Campanha para um presídio de segurança máxima em Mato Grosso do Sul - atingiu diversos bairros da capital baiana como Uruguai, Águas Claras, Federação, Engenho Velho da Federação, Trobogy, Mussurunga, Valéria, Ilha de São João, Fazenda Coutos, Alto de Coutos, Ribeira, Pirajá, Jaguaripe II, Fazenda Grande II, Pernambués, Mapele e Largo do Tamarineiro.


Até o momento, já são 14 ataques a coletivos e 9 módulos policiais destruídos. O governo do estado afirma que a situação está sob controle, embora o governador Wagner já tenha cogitado pedir ajuda à Força Nacional.


Desde a noite da última terça-feira, a maioria das unidades policiais fica vazia por determinação do comando da PM. A orientação é que o policiais realizem rondas nos bairros. O objetivo seria intensificar a presença dos profissionais na rua já que eles são os principais alvos das ações criminosas.


*Com informações de Paula Pitta, do A TARDE On Line, George Brito e Danile Rebouças, do A TARD

sexta, dia 11 de setembro de 2009

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